Cris Carter

Sempre decisivo em campo, Carter se destacava por sua liderança nata.

Nome: Graduel Christopher Darin Carter

Nascimento: 25/11/1965 – Troy, Ohio

Altura: 1,91m

Posição: Wide Receiver

Seleção no Draft: 4º rodada do draft complementar

Times em que jogou:

Philadelphia Eagles (1987 – 1989)

Minnesota Vikings (1990 – 2001)

Miami Dolphins (2002)

Premiações:

8x Pro Bowl seguidos (1993 – 2000)

2x Fisrt Team All-Pro (1994, 1999)

Second Team All-Pro (1995)

Líder de Recepções da NFL (1994)

3x Líder em Touchdowns recebidos (1995, 1997, 1999)

90’s All-Team da NFL

Camisa aposentada pelo Minnesota Vikings (80)

Anel de Honra do Minnesota Vikings

Prêmio Bart Starr

História:

Filho de mãe solteira, com três irmãos e duas irmãs, Cris Carter nasceu e passou a parte inicial de sua infância em Troy, Ohio. A família saiu de Troy e foi morar em Middletown, cidade no mesmo estado, onde Cris começou a estudar, jogar basquete e futebol, na Middletown High School. Originalmente seu nome de batismo era Graduel, mas nesse período, por volta da sétima série, Cris o retirou e passou a usar somente Christopher.

Ao sair do colegial, Cris foi muito disputado por diversas universidades, tanto para futebol quanto para basquete, e acabou aceitando o convite da Universidade de Ohio State. Logo em seu primeiro ano na universidade, foi selecionado para o time All-American, sendo o primeiro Wide Receiver de Ohio State a conseguir tal feito, e quebrou o recorde no Rose Bowl com 9 recepções e 172 jardas. Por ter tido tanto impacto no futebol logo de cara, resolveu abandonar o basquete e focar nos gramados.

Cris teve muito impacto em campo e sabia que a NFL seria seu destino no futuro; por esse motivo, assinou um contrato com Norby Walters, um notório agente de jogadores. Isso, contudo, é proibido para universitários, o que gerou uma suspensão para Carter em seu último ano e uma queda no draft da NFL.

Escolhido na quarta rodada do draft de 1987 pelo Philadelphia Eagles, Cris Carter não entrou muito em campo, tendo somente 5 passes recebidos e 84 jardas.  Ele passou a ter um papel mais central no time em 1988, participando mais do ataque, com 39 passes recebidos e 761 jardas, e em 1989 virou o recebedor principal na redzone, liderando o Eagles com 11 touchdowns recebidos, 45 passes e 605 jardas.

Na inter-temporada entre 1989 e 90, Carter foi cortado pelo técnico Buddy Ryan, surpreendendo a todos. Posteriormente Carter assumiu que o corte veio em função do seu abuso de álcool e drogas, e que hoje em dia ele vê esse momento como essencial para sua recuperação de seu vício.

Em 4 de setembro do mesmo ano em que foi cortado pelos Eagles, Carter assinou com o Minnesota Vikings, assumindo a posição de terceiro recebedor, atrás de Hassan Jones e Antony Carter, e terminando a temporada de 1990 com 27 recepções, 413 e 3 TD’s.

Cris sempre lutou pela bola, o que lhe rendeu as mãos mais confiáveis e a característica de nunca desistir da jogada.

A grande virada na carreira de Cris Carter veio em 1992, com a aposentadoria do técnico Jerry Burns e a chegada do técnico Dennis Green, que chegou para limpar a casa e ajustar o time que vinha de dois anos decepcionantes. Com as mudanças no time, Carter, assim como o Vikings, passou a brilhar, e o time ganhou a NFC Central com o recorde de 11-5, pela primeira vez desde 1989. Cris foi a arma mais importante do time, com 53 recepções, 681 jardas e 6 TD’s. Olhando de hoje, esses números parecem bem modestos, porém lembrem-se que no início dos anos 90 o jogo não era tão aéreo quanto hoje.

A temporada daquele ano terminou no Wild Card, com uma decepcionante derrota para o Redskins sem Cris poder jogar, pois machucou a clavícula e ficou fora dos últimos 4 jogos.

De 1993 a 2000, Carter foi selecionado oito vezes para o Pro Bowl, mesmo o time trocando diversas vezes de quarterback, e ficou marcado como um dos melhores Wide Receivers da história, não só por acumular jardas (9456), recepções (779) e touchdowns (90), mas também por ser um homem íntegro, auxiliar a comunidade (o que lhe rendeu o prêmio Walter Payton – Homem do Ano de 1999) e outros jogadores que eram considerados problemáticos, como Randy Moss – de quem falaremos na semana que vem, nessa mesma série.

Posteriormente a sua saída de Minnesota, em 2002, Cris jogou uma temporada em Miami, porém sem muito destaque. Sua aposentadoria aconteceu no mesmo ano, e Cris ainda assim se manteve próximo a NFL, não só como comentarista do esporte, trabalho que ele mantém atualmente no programa First Things First (que pode ser ouvido no formato podcast aqui no Brasil de forma gratuita), mas também participando de palestras para os novatos que estão no processo de entrar na NFL através do Draft,  usando sua experiência não só de jogador mas também de vida, falando sobre o ápice da fama, dinheiro, o abuso de drogas e a segurança no jogo.

Cris Carter (ou CC, como é chamado pelos amigos), apesar de sua carreira brilhante, de ser durante muito tempo as mãos mais seguras da liga, o segundo melhor recebedor dos anos 90 – atrás somente do gigante Jerry Rice – e de ter um grande trabalho também fora dos campos, foi por muito tempo injustiçado e ficou de fora do Hall da Fama da NFL, só entrando no ano de 2013, apesar de já ser elegível em 2008. Antes disso, Carter já fazia parte do Anel de Honra do Minnesota Vikings e teve sua camisa (80) aposentada, fazendo parte para sempre dos grandes nomes eternizados por nosso time.

Cris Carter com seu busto no Hall da Fama do Futebol em Canton, Ohio.