Nosso último jogo foi contra o Broncos, no dia 17/11, que nesse momento já parece ter sido há uma eternidade. De lá para cá, a NFL, que por ter só 16 jogos acaba sendo muito dinâmica, já mudou um pouquinho de face, consolidando times como San Francisco e Baltimore, e colocando outros times em uma situação bem desconfortável, como Rams e Colts. O que mudou para nós ao longo dessa semana e o que de interessante rolou desde o fim do nosso último jogo você vê aqui!

Jogada da partida

Irv Smith Jr. o calouro que vem ganhando seu espaço

A partida contra o Broncos foi uma verdadeira montanha russa de emoções: começamos perdendo de 20 a 0 no primeiro quarto e, sem o jogo corrido, operamos um milagre para a vitória através das mãos de Kirk Cousins.

Dentre todas essas emoções, decidi escolher como jogada da partida o TD do calouro Irv Smith Jr. Escolhi essa jogada por ser o primeiro TD em temporada regular como profissional de um menino que tem jogado muito bem e causado impacto em campo. Além disso, foi o primeiro TD dessa virada histórica que, para termos de comparação, não acontecia fazia 5 anos, em uma razão de 0 vitórias para 99 derrotas nesse período em jogos em que começamos o segundo tempo perdendo por pelo menos 20 pontos. Obrigado, Capitão Kirk.

Estávamos aos 11:51 do terceiro quarto, segunda para gol na linha de dez jardas. Estamos em um pacote 12: com Cook aberto na esquerda como recebedor, embora nenhum jogador além de Kirk no backfield, e dois TE’s em campo – um na linha bloqueando e Smith Jr aberto como slot, ao lado de Cook.

Antes do motion, defesa observa e se prepara.

Antes de a jogada iniciar, Cook faz um motion, colocando Irv Smith Jr para o lado de fora do campo e Cook na parte de dentro, em stack formation. A movimentação de Cook deixou claro também, por nenhum jogador do outro time acompanhar o RB, que a marcação estaria em zona.

Após o motions, já em formação stack, o que gerou a confusão na defesa.

Cook e Smith Jr expuseram a defesa de Denver a um conceito de High-Low: ambos invadiram a mesma zona da defesa, um em uma rota mais curta, próximo à linha de scrimmage, e outro em uma rota mais longa, já próximo à endzone. A defesa acreditou que Cook seria o recebedor, por ser um jogador perigoso e explosivo, e porque Kirk vendeu essa jogada com seus olhos; assim, um CB e um LB ficaram próximos à linha de scrimmage na intenção de marcá-lo. Essa decisão da defesa deixou Irv sozinho contra um CB, que inclusive estava mais para fora do campo, pois usualmente ao enfrentar uma stack formation os CB’s ficam responsáveis um pela parte de dentro e o outro pela parte de fora do campo. Ao fazer a rota para a parte de dentro do campo, assim como Cook, Smith se encontrava em um matchup favorável para um grande e forte TE.

O conceito High-Low, melhor explicado pelas setas.
Cousins vende essa bola para o Dalvin Cook com os olhos, confundindo ainda mais a defesa.
O tamanho e força do Tight End somados a leitura ruim da defesa deixaram Smith Jr. sozinho.

Kirk solta a bola no alto para Smith, que recebe em segurança para garantir nossos primeiros pontos no placar!

Rhodes open? O que está acontecendo com a secundária?

O que acontece com o camisa 29 e nossa defesa?

Nossa secundária está gerando preocupação para todos, sem dúvida nenhuma. Como assim tomar 20 pontos contra um QB reserva em casa? Como assim não conseguir segurar o ataque? Como assim o Xavier Rhodes, que já segurou AB e Julio Jones no passado, não está sendo capaz de segurar o Sutton?

São muitas questões que nos afligem, porém, em sua maior parte, as respostas são boas.

É fato que nosso ataque tem tomado muitas jardas em cima – somos a décima quinta defesa em jardas totais, com uma média de 338,6 jardas por partida, porém somos a sexta defesa em pontos sofridos, apenas 205. Isso significa que a nossa defesa enverga mas não quebra; embora cedamos muitas jardas, nós defendemos bem a redzone, o que faz com que não soframos muitos pontos. Pense bem, em uma liga super aérea e de QB’s monstros, a média de 18,6 pontos sofridos por partida não é muito.

Zimmer agora na semana de bye disse que estudou a fundo a defesa e trabalhou muito os fundamentos com os jogadores, para deixar o time o mais bem ajustado possível. O Zimmer é um gênio defensivo, vamos confiar nele!

Playbook fechado?

Um possível desenho para um screen pass, conceito que temos usado amplamente.

Essa é uma questão que eu estou levantando aqui baseada somente nas vozes da minha cabeça, mas eu tenho a impressão de que existe muita coisa do nosso playbook ainda para aparecer quando necessário, tanto ofensiva quanto defensivamente.

Para não dizer que são só as vozes da minha cabeça falando, vamos pensar em alguns fatos aqui:

  1. É bem normal guardar o playbook. É super comum isso na NFL – trickplays que estão lá e nunca são usadas, só no momento exato e definitivo. Não usar essas jogadas é a diferença entre surpreender em uma situação de adversidade ou ser previsível. Me lembro há uns anos quando Andy Reid usou o Dontari Poe em formação wildcat fingindo uma corrida, mas na verdade lançando a bola. Era final do último quarto, o time de Kansas já vencia o Broncos por 27 x 10, sacou uma carta na manga que poderia salvar uma partida mais apertada e foi criticado. Em compensação, na campanha de campeão do Eagles, Doug Pederson manteve o philly special guardado até o momento necessário, quando ele definiu seu time como vencedor do SB.
  2. Você já viu algo de inovador nesse ataque? A gente tem tido um ataque muito eficaz: número 8 em jardas totais, número 8 no total de pontos, 6º em número de TD’s, 3º com menos interceptações, 4º em média de jardas corridas por tentativa, 3º com corrida para mais de vinte jardas… enfim, poderia aqui elencar muitas estatísticas do nosso ataque e de como ele tem funcionado, mas o ponto é: alguma GRANDE inovação? Tudo isso que fazemos é correndo no nosso esquema de corrida em zona, machucando com os play actions de Cousins e usando muito screen pass.

Acredito – para ser mais honesto, espero – que nós tenhamos aí mais uma boa quantidade de playbook para explorar quando necessário, pois a cada semana o cerco, para todos os times, se fecha e não vamos nos garantir somente com isso.

Capitão Kirk Cousins!

Se você desconfiava do Cousins, acho que as últimas semanas, especialmente o SNF contra Dallas e o comeback histórico contra Denver, já te colocaram a bordo da nave do “empolgou” que Kirk está pilotando. Ele vem fazendo partidas maravilhosas, sendo impecável protegendo a bola e na precisão de seus passes, e sendo decisivo quando necessário. Vou trazer aqui apenas alguns números de apreciação do nosso capitão.

Aguardamos o Seahawks!

#SKOL