O efeito Mike Zimmer na defesa de Minnesota

Não é de hoje que a defesa dos Vikings é por muitos considerada a melhor da NFL. O defensive end Brian Robison, que está com a equipe há várias temporadas, disse em entrevista recente que esta é a melhor unidade defensiva em que já trabalhou – e dizer isso não é absurdo algum. Basta analisar alguns dos mais importantes números desta unidade durante a temporada regular desse ano para concluir isso. Lideramos a NFL em jardas totais (280.9) e pontos levados por jogo (15.8). Nos quesitos jardas aéreas e terrestres totais por partida, estamos em segundo colocado da liga. No entanto, se hoje esta unidade é algo que nos orgulha, antes da “era Mike Zimmer”, esta era motivo de chacota para o torcedor dos Vikings.

2013 – O último ano de Leslie Frazier, um ano para se esquecer

A última temporada do HC Leslie Frazier pelos Vikings, em 2013, não foi nada memorável: uma campanha 5-10-1 e nenhuma vitória fora de casa. Tendo em questão um ataque mediano (décimo terceiro em total offense), o que afundou a franquia foi a defesa, 31ª colocada contra o jogo aéreo, e 16ª colocada defendendo o jogo corrido. Acabamos o ano com nossa defesa na 31ª colocação da liga.
Aí você deve estar pensando que provavelmente a defesa não tinha bons jogadores, né? Mentira. Na linha defensiva, tínhamos ninguém menos do que Jared Allen, Everson Griffen e Brian Robison. Dentre os linebackers, o experiente Chad Greenway e por fim, Harrison Smith, Andrew Sendejo e o novato Xavier Rhodes completavam o grupo dos defensive backs.
Então novamente eu pergunto: como uma defesa com tantos jogadores renomados não foi capaz de dominar ataques como faz hoje? A resposta está muito ligada ao HC.

2014 – O primeiro ano de Mike Zimmer

O ano vira, e a temporada de 2014 vem com muitos novos nomes na defesa assim como na comissão técnica. Mike Zimmer assume o cargo deixado por Leslie Frazier e seleciona no draft o linebacker Anthony Barr. Além disso, traz os jogadores de linha defensiva Linval Joseph e Tom Johnson, além do CB Captain Munnerlyn. Zimmer, então, com suas novas “ferramentas”, consegue transformar o desastre do ano anterior em algo melhor. Acabamos a temporada em 7º colocado contra o jogo aéreo e em 14º em total defense. O então segundo anista Xavier Rhodes viu seu tempo em campo aumentar muito e seu jogo evoluir. Acabou a temporada liderando o time em passes defendidos e ficando em quarto colocado da liga no quesito. Os playoffs não vieram, mas a equipe demonstrou um sinal de que poderia causar problemas nos próximos anos.

2015 – A primeira aparição de playoffs e a primeira decepção

As três primeiras escolhas dos vikings no draft ( Trae Waynes, Eric Kendricks e Danielle Hunter, respectivamente) foram de peças defensivas. Além disso, na free agency, o CB Terence Newman foi contratado. De forma geral, a defesa pouco evoluiu em relação ao ano anterior, subindo apenas uma posição no ranking da NFL no quesito total defense. No entanto, o que chamou atenção foi o domínio dos jogadores selecionados nos anos anteriores. O novato Eric Kendricks liderou a equipe em tackles; o segundo anista Anthony Barr nos liderou em fumbles forçados, além de ter sido convocado ao Pro Bowl (jogo das estrelas); e Xavier Rhodes teve novamente uma boa temporada, com destaque ao jogo em que limitou Julio Jones a apenas 56 jardas. Acabamos a temporada com onze vitórias e cinco derrotas, e fomos eliminados no Wild Card por um sujeito cujo nome me rejeito a escrever.

2016 – O ano da afirmação

Eis que o ano mais promissor desde a chegada de coach Zim chega. Um QB muito promissor fazendo jogadas excelentes na pré-temporada, um jogo corrido liderado por ninguém menos do que o lendário Adrian Peterson e uma defesa que evoluiu muito nos últimos anos. Acontece que esse QB se machuca antes da temporada regular começar e AP se machuca no segundo jogo. Isso obrigou a defesa a elevar seu jogo e conduzir a equipe de Minnesota a pós-temporada – e se não fosse pela inconsistência de nosso ataque, teríamos essa missão cumprida. Um dos poucos pontos positivos que o ano de 2016 nos trouxe, foi a excepcional temporada da defesa. A partir daí, nossa unidade defensiva passou a ser comparada a dos Seahawks e Broncos. Acabamos em terceiro colocado da liga no quesito total defense, e com Everson Griffen, Xavier Rhodes, Harrison Smith, Linval Joseph e Anthony Barr convocados ao Pro Bowl. Kendricks novamente nos liderou em tackles, Danielle Hunter em sacks e Xavier Rhodes em interceptações. Tais estatísticas mostram o sucesso obtido em drafts passados, e pode se afirmar que 2016 foi o ano de afirmação para a defesa dos Vikings, que a partir daí passou a ser temida por qualquer adversário.

2017 – Melhor defesa da liga: “The Zim Reapers”

Diferentemente de anos anteriores, no draft de 2017 selecionamos jogadores ofensivos – como Dalvin Cook e Pat Elflein – nas primeiras rodadas. Estando defensivamente sólidos, a necessidade de melhorar a defesa era quase nula, e isto mais do que se provou durante a temporada. Lideramos a NFL em pontos tomados por partida (15,8) e total defense. Assim como na década de 70′, que nossa fortíssima linha defensiva recebeu o apelido “The purple people eaters”, a atual defesa de Minnesota foi apelidada de “The Zim Reapers”. Dominamos a liga em quase tudo possível incluindo em conversões de terceiras descidas. Tal número (25.2%) é o menor desde que a liga começou a marcar estatísticas oficiais, em 1991. Além disso, é importante ressaltar o crescimento de jogadores como Trae Waynes e Tom Johnson. Para variar, Eric Kendricks nos liderou em tackles. Já em interceptações e sacks, tivemos líderes diferentes em relação ao ano passado – Harrison Smith e Everson Griffen, respectivamente.

Mike Zimmer e George Edwards (coordenador defensivo) vêm fazendo um excelente trabalho ante nossa franquia e, se tudo correr bem, essa equipe será eternizadas com o troféu Vince Lombardi, em fevereiro.

Eis as estatísticas da nossa defesa em alguns quesitos desde 2013: