Após uma apresentação de gala contra Cincinnati vencemos mais uma vez o título da NFC North, agora temos 5 títulos a mais que o segundo colocado o Packers, e garantimos as vagas nos playoffs. Com uma defesa impecável, um ataque preciso, uma atuação muito sólida do Special Teams e um coup de grace com a entrada de Bridgwater o jogo que foi válido pela temporada regular terminou com sabor de amistoso festivo.  

Após o último jogo contra o Panthers na semana 14 houve um certo pânico por parte de alguns torcedores, esse pânico logo se dissipou por motivos que já trabalhamos aqui no artigo traduzido pelo Sass. Porém, mesmo passado o medo, nem o mais esperançoso dos torcedores chutaria um placar tão elástico e uma dominância tão absoluta do nosso roxo e dourado.  

Em casa nós começamos com a bola no ataque, uma forma de deixar claro quem manda naquele gramado e de que confiamos no nosso ataque, entretanto o nosso primeiro snap não foi como desejado, Keenum foi sackado. Ok, muitos QB’s são sackados toda semana, porém a forma como aconteceu, apenas um tapa de Geno Atkins na cintura do camisa #7… os torcedores seguraram a respiração. Contudo isso durou somente até o próximo snap, dali em diante o jogo foi um verdadeiro passeio. 

O ataque de Minnesota deixou claro que tem potência e qualidade em todos os sentidos e quando esse tipo de ataque está em campo poucas defesas conseguem superar o problema do “cobertor curto”, se tapa em cima descobre em baixo e se tapar em baixo descobre em cima. Quando a defesa dos tigres cobria o topo do campo os screen pass e as corridas apareciam, quando buscavam garantir o segundo estágio da defesa as corridas pelo meio garantiam um ganho de jardas. O fundo do campo, muito por medo de sofrer com jogadas longas e por mérito da dupla de safeties Williams e Iloka, teve excelente proteção pelo time do Bengals, porém quando o time precisou pressionar mais e deixou somente um homem na cobertura no alto Pat Shurmur e Case souberam aproveitar, um exemplo disso foi o passe para TD de Keenum para Diggs. 

Foram 35:52 de posse de bola, 18 primeiras descidas, 4-12 em terceiras decidas e 346 jardas totais, de um ataque que só jogou três quartos com seu time titular. Case Keenum teve, mais uma vez, números estelares: 20 completos para 23 tentados, 236 jardas, 10.3 por tentativa, QBR de 62,4 e um rating total de 138,4.  

No jogo corrido o nosso trabalhador foi Latavius Murray; 20 toques e 76 jardas, uma média de 3,8 e um TD; e, apesar de não ter aparecido muito correndo, McKinnon foi uma máquina no jogo aéreo; 7 recepções, 114 jardas e uma média de 16,3. Diggs, apesar de ter feito um TD, teve participações pontuais assim como Thielen, como o Duo ativo mais assustador da liga é natural que eles estejam muito marcados e seus números diminuam no campo, mas é toda essa marcação em cima deles que permite que o cobertor permaneça curto em outras áreas do campo. 

No que diz respeito a nossa defesa, que havia sofrido 31 pontos contra o ataque do Panthers, não sofremos nenhum ponto com a defesa titular em campo, o placar ficou em zero até o último quarto e a entrada dos times reservas.  

A mentalidade defensiva de Zimmer, quando cristalizada em campo, traz formações confusas para o QB, mesmo um experiente como Andy Dalton. A pressão vem de lugares diferentes, coberturas alternadas, jogadas que começam como zona e terminam como homem a homem, um show à parte pra quem gosta de olhar uma boa defesa jogar. Não é à toa que essa defesa foi capaz de conseguir 2 interceptações, 3 sacks, apenas 8 primeiras descidas e 1-13 em terceiras descidas, lembrando que a maioria desses números positivos do ataque dos Bengals vieram somente no último quarto, onde o jogo já tinha entrado em ritmo de pré-temporada e já estava ganho. 

Durante toda a partida nosso time permitiu apenas uma jogada para mais de 20 jardas em um passe para Brandon LaFell, esse que liderou o time de Ohio em recepções com duas para 53 jardas. A. J. Green, WR estrela desse time e um dos melhores da NFL, sumiu em jogo sob a marcação de Rhodes e nossa secundária, aliás, falando em Rhodes, mais uma partida digna do título de atual melhor CB da liga. Destaques na defesa também para Kendricks; com o maior número de tackles do time e uma incrível interceptação retornada para TD; e para Brian Robinson; o veterano de 34 anos amassou a linha ofensiva dos tigres e conseguiu 2 sacks. 

Finalizando os destaques positivos dessa partida temos o trabalho do Special Teams. Quigley, o punter do nosso time, foi muito bem na partida com uma média de 43 jardas por punt, dos 5 chutados 3 foram dentro das 20 jardas e 1 foi recuperado na linha de uma jarda. O segundo destaque vai para Marcus Sherels com 5 retornos e uma média de 8,2 e um total de 41 jardas.  

O trabalho consistente do Special Teams era uma coisa que causava uma certa preocupação, mas que partida a partida tem melhorado e ficado mais consistente. 

O único ponto de alerta que uma partida quase perfeita como essa deixou para o time e para nós torcedores é o que diz respeito ao número de faltas. Foram 11 faltas para 93 jardas, quase um campo inteiro de presente para o time do Bengals, muitas dessas faltas foram em momentos decisivos do drive que transformaram uma terceira pra dois em uma terceira pra doze, por exemplo.  

O nosso time está garantido nos playoffs e esse tipo de perda de território por conta de faltas é um ponto que separa um time bom de um time que vai ser campeão do Super Bowl. 

 

Uma narrativa a parte: O retorno de Bridgewater 

O jogo dentro de campo, felizmente, não foi cheio de emoções e reviravoltas, Minnesota teve 100% de controle da partida e ganhou de Cincinnati em todos os aspectos a emoção ficou por conta do retorno de Bridgewater under center. Após o início do último quarto e com o jogo ganho o camisa #5 recebeu seu primerio snap após mais de um ano de reabilitação da sua lesão no ligamento anterior cruzado do joelho, sua performance em campo é, na verdade, o que menos importa, foram poucos snaps e uma interceptação, mas a forma como foi recebido e empurrado a campo pelo time e pela torcida foi um golpe emocional que coroou uma apresentação incrível por parte da equipe e dos fãs de Minnesota. O que será do futuro de Teddy ninguém sabe, mas sabemos que nessa temporada ele está, certamente, em casa.