Em uma partida com muitos pontos e muita emoção para ambos os times, o resultado veio nos pequenos detalhes.

Resumo da partida

Todos sabíamos que viajar para Detroit e enfrentar o Lions em casa é bem difícil – sempre é difícil. Jogar fora de casa, pressão da torcida adversária e a importância da partida: nossa última chance de ganhar contra um rival de divisão fora de casa.

É importante ressaltar, antes de falarmos da partida, o quão bom é esse time do Lions. Um time que tem muito potencial, com um ataque agressivo comandado por Matthew Stafford, QB que completou quarenta mil jardas mais rápido que qualquer outro na história, e com armas como Marvin Jones. Esse time poderia facilmente estar com uma campanha 4-2, se não tivesse sido flagrantemente roubado pelos árbitros no Lambeau Field e empatado no primeiro jogo da temporada.

Diggs, um dos nomes de destaque da partida.

Mais uma vez, era uma partida difícil, cheia de pressão para ambos os lados.

A partida iniciou com o Lions tendo a posse de bola e logo punteando; da mesma forma ocorreu o drive seguinte para o Vikings. Ambos os times estavam nervosos e sentindo o campo.

Daí em diante o jogo desabrochou e foram quatro posses alternadas, com touchdowns em todas elas. O Lions iniciou pontuando com um passe de 16 jardas de Stafford para Marvin Jones; 0 para o Vikings, 7 para o Lions com 7:34 no relógio no primeiro quarto.

Minnesota respondeu em um drive de 73 jardas que culminou numa conexão Cousins/Thielen para 25 jardas. Desse drive veio uma pontuação mas veio também uma lesão de Thielen em sua coxa, fato que o tirou do resto da partida.

Empatamos o jogo aos 5:14 do primeiro quarto, com destaque grande para uma corrida de 15 jardas de Dalvin Cook, uma recepção de 28 jardas de Irv Smith e os bootlegs para a esquerda de Kirk Cousins – esses seriam presentes em todos os drives.

Nossa secundária teve durante toda a partida dificuldade na marcação, primeiro pela precisão dos passes de Stafford e em segundo lugar pela forma como os árbitros estavam marcando as faltas na secundária – com muita rigidez e permitindo pouco contato –, o que dificulta o estilo de jogo de Minnesota. Isso fez com que o Vikings trocasse as formas de cobertura na secundária diversas vezes, gerando algumas dificuldades de marcação. No segundo drive para TD do Lions, houve um buraco na defesa e Amendola recebeu a bola para 36 jardas, muito em função das questões da nossa secundária. O drive então culminou com um passe de três jardas de Stafford para Jones. 7 Minnesota e 14 para o Lions.

Partida lá e cá, decidida nos mínimos detalhes.

Respondemos a esse TD com mais um drive para pontos. Após iniciarmos com dificuldade e estarmos em uma situação de terceira descida faltando dez jardas para renovar o drive, Cousins encontrou Diggs para 27 jardas. O ataque seguiu com uma corrida pela direita de dez jardas para Dalvin Cook e depois mais uma para a esquerda, somando mais 14 jardas.

Na sequência o Lions cometeu duas faltas defensivas, uma delas que resultou em uma interceptação – que, porém, não foi validada, em função da falta de interferência de passe da defesa, nos deixando à beira da endzone. Kirk completa o passe de uma jarda para Bisi Johnson: primeiro TD do novato na NFL, empate do Vikings, 14×14.

Na sequência, nossa defesa aparece pela primeira vez, em um momento crucial, parando o time do Lions, forçando o 3 and out. Minnesota tinha sua chance ofensiva de passar à frente do placar.

Esse foi o drive mais importante do jogo: tomar a frente fora de casa e poder correr com o relógio e o placar em nosso favor era tudo que precisávamos; na verdade, é uma posição confortável para qualquer time. Conseguir um touchdown nessa situação colocaria todo o momento da partida a nosso favor. Nosso time não nos decepcionou.

Mesmo muito pressionado Stafford fez uma ótima partida.

Foi um drive magnifico. 97 jardas em 7 minutos e 19 segundos de relógio. Uma sequência que nos deu posse de bola, cansou a defesa de Detroit e nos deu a liderança com pouco faltando para o fim do primeiro tempo. Cousins acumulou nessa campanha 49 jardas aéreas para múltiplos recebedores, e Cook conquistou 24 jardas correndo que culminaram em um touchdown. Vikings assume a liderança, 21×14.

Embora nossa campanha tenha sido magnifica e o momento estivesse a nosso favor, o Lions voltou a atacar, e nos poucos minutos que teve conseguiu pontuar, empatando a partida. 21×21.

O Vikings recebeu a bola no início do segundo tempo, e em mais um drive longo, dessa vez consumindo 5:58 minutos do relógio, Cousins conectou um passe de 10 jardas para Irv Smith, nos colocando mais uma vez e, definitivamente, na frente no placar. 28×21 para o Vikings, que manteve essa liderança até o fim da partida.

Houve uma sequência de jogadas ruins que esfriaram a partida, com punts e um FG do Lions, aproximando o placar para 28×24, e com punt, drop do Diggs e field goal errado pelo nosso kicker. O jogo teria um placar ainda mais elástico se o Vikings não perdesse esses pontos; o drop do Diggs na endzone foi especialmente bizarro, uma vez que a marcação não influenciou e o passe de Cousins foi no ponto exato.

Lions tentou com todas as forças passar no placar; tanto era o desespero de entregar a bola para nosso ataque que arriscaram uma quarta descida no último quarto, mesmo havendo ainda 12 minutos no placar. A tentativa foi frustrada, Stafford tentou conectar um passe para o RB McKissic após um bootleg para a esquerda, contudo nossos linebackers estavam atentos e foram precisos na marcação, e o passe foi defletido por Erick Kendricks.

Assim retorna para o campo o ataque roxo e dourado, já em ótima posição de campo. Cousins conduziu um drive de três minutos, completando um passe de 15 jardas para Kyle Rudolph, alcançando mais um TD. 35×24 para o Vikings.

Lions respondeu essa campanha de Minnesota com pontos também. Stafford levou o time de Detroit para mais um tento, atravessando 75 jardas em 2 minutos e 35 segundos – 35×30.

A situação após o touchdown era óbvia para uma conversão de 2 pontos: caso só fizessem o ponto extra, ficariam ainda duas posses de bola atrás. O time azul e prata arriscou e não obteve sucesso; o placar se manteve igual e o Vikings continuava duas posses na frente.

Minnesota tinha agora a partida inteira em suas mãos: tudo dependia de gastar o relógio e manter a vantagem. O jogo corrido agora seria essencial, e o Lions sabia disso.

Dada essa informação, Minnesota inicia seu drive com uma formação bem pesada no lado direito da linha: Diggs sozinho no lado esquerdo, Cousins under center e Cook no backfield. Tudo indicava uma corrida: o momento do jogo, o placar, a formação… mas era um play action. A defesa do Lions comprou a corrida: o fundo da defesa estava desprotegido, não havia um safety sequer para cobrir o passe. Cousins fez o fake, Diggs correu livre para uma rota profunda em direção ao lado direito do campo, Cousins conectou o passe e o WR camisa 14 ainda ganhou mais com as pernas, totalizando 66 jardas. O Vikings já estava na beira da endzone e ali já estava claro quem venceria a partida. Após duas corridas de Cook entramos na área de pontuação e conquistamos mais um tento. 42×30 para o time de Minnesota.

Uma recepção com corrida para angariar 66 jardas. Ótima partida do camisa 14.

O Lions tentou uma retomada, porém Stafford foi interceptado por Waynes. O ataque volta ao campo, agora só para a formação da vitória, ajoelhar e ganhar a partida.

Fim de jogo: Vikings 42×30 Lions.

Considerações gerais sobre a partida

A partida foi muito disputada, difícil para ambos os times. Embora o Lions tivesse a vantagem por ser o time da casa, Minnesota tem um time mais completo.

Não era óbvia a vitória de nenhuma das duas franquias, e o jogo foi pegado até o final. O Vikings, no entanto, jogou melhor ofensivamente. No fim, a partida desconsiderou as defesas quase que totalmente, e o resultado se deu em função de quando uma delas apareceu para jogo – no caso, a defesa de roxo, que conseguiu parar uma quarta descida e uma interceptação.

Não podemos deixar de destacar a força do ataque do Lions: nenhum time até agora tinha pontuado tanto contra o Vikings – nem o suposto concorrente a MVP Aaron Rodgers. O Lions tem um time muito forte.

Partidas de divisão são sempre difíceis, e essa era especialmente importante para Minnesota, pois, como já dito, era a última chance de ganhar de um rival fora de casa. Agora resta a Minnesota fazer o dever de casa contra os rivais da NFC North.

Destaque da partida

Ofensivo: Kirk Cousins – 24 completos de 34 tentados, 337 jardas com uma média de 9,9 por passe. 4 touchdowns e um rating de 141.4. Jogou de terno, irretocável.

Cousins, três partidas de gala para alcançar números históricos.

Penso que talvez o Diggs pudesse estar aqui, mas ter sofrido um fumble e ter dropado uma bola na endzone advogam contra ele.

Defensivo: Eric Kendricks – 12 tackles totais, sendo 6 só dele e um para perda de jardas. Um passe defendido, mas em momento crucial do jogo numa tentativa de quarta descida.

Kendricks só tem melhorado e seu papel na defesa crescido.

Sinceramente nossa defesa não foi a que esperamos – tomar 30 pontos é algo raro para esse time. Acredito que isso se deva a uma série de fatores, como o ataque forte do Lions, a forma como os árbitros estavam considerando o contato na secundária, e jogar fora de casa. A despeito desses fatores, isso não é desculpa, e a defesa tem que melhorar – embora eu não acredite que em nenhum outro momento da temporada tomaremos 30 pontos novamente.

Estamos 5-2, em segundo na divisão e rumo ao primeiro lugar!

#SKOL